#Livros: A verdade sobre o caso Herry Quebert, de Joël Dicker



Weslley Talaveira

Terminei de ler essa semana A verdade sobre o caso Harry Quebert, do suiço Joël Dicker. Tanto o  livro como o autor são completamente desconhecidos no Brasil, e confesso que comprei o livro por acaso, andando na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Enquanto fuçava as prateleiras vi o livro, gostei da capa e comprei. Foi a melhor compra por acaso que já fiz até hoje! rs Posso dizer que o livro é um dos melhores que já li. 

Marcus Goldmann se tornou um escritor de sucesso nos EUA depois do lançamento explosivo d seu primeiro livro, que o rendeu, além de fama, um bom dinheiro. Mas como toda fama, seu nome logo sai da mídia para dar lugar a outros acontecimentos, e a pressão por um livro novo aumenta. Mas Marcus, na ansiedade de criar uma nova história, passa a sofrer do mal de todo escritor: o bloqueio intelectual que impede que qualquer história vá para o papel. Na tentativa de se inspirar e encontrar algo que renda uma boa história, Marcus vai para a pequena Aurora passar uns dias em companhia de seu antigo professor de faculdade e melhor amigo Harry Quebert, um também conhecido e talentoso escritor que teve seu auge ao escrever As Origens do Mal, uma história de um amor proibido. Mas, ao conviver com seu professor e amigo, Marcus se depara por acaso com um acontecimento do passado de Harry que o mesmo tentava manter escondido ao máximo possível: há 30 anos atrás Harry, então com trinta e dois anos, se apaixonou por uma adolescente de quinze anos, Nola Kellergan, que desapareceu na época sem deixar qualquer vestígio. Mas a história é revivida novamente quando Harry contrata um serviço de jardinagem para sua casa e, em meio as escavações para o plantio de novas mudas, os operários encontram um cadáver enterrado que, dias depois, se confirma ser o de Nolla. Sim, Nolla Kellergan, desaparecida ha 30 anos, estava enterrada no quintal de Harry Quebert, seu namorado na época. Para piorar a situação de Harry, junto ao corpo enterrado foi encontrada uma bolsa de couro que tinha dentro o original de As Origens do Mal, com a frase "adeus, Nolla querida". Harry logo é considerado culpado e preso, e assim vê sua carreira e imagem desabarem. Programas de TV dedicam horas para o caso, livrarias tiram As Origens do Mal de circulação e o livro passa a ser proibido nas escolas dos EUA. Mas Marcus, que conhece seu professor e amigo como poucos, tem certeza: não foi Harry quem matou Nola, e parte então para uma investigação particular em busca de respostas. Essa busca acaba revelando muito mais do que Marcus imaginava descobrir, ao revelar segredos escondidos por anos entre os habitantes da pacata Aurora. Mas, se por um lado Marcus descobre coisas desagradáveis sobre os habitantes de Aurora, por outro lado ele se surpreende a cada dia com seu amigo e mestre Harry Quebert. 

Confesso que não esperava muito do livro. Primeiro porque a narrativa é em primeira pessoa, e na minha opinião não combina com o estilo investigativo da história. Segundo porque li uma crítica sobre o livro que simplesmente acabou com a história, chamando o livro de "leitura de banheiro". Realmente a narrativa cai na autoajuda em alguns momentos, além de girar muito sobre uma história de amor piegas que chega a dar náuseas as vezes (os relatos de Harry sobre Nola cairiam bem em qualquer novela mexicana), mas a crítica me parece mais obra de despeito, de alguém que tentou escrever uma história investigativa mas não conseguiu. A verdade sobre o caso Harry Quebert é uma história bem escrita, cheia de detalhes, com tramas que parecem ficar mais complicadas a cada momento, mas todas explicadas e bem alinhadas no final. Nenhuma história do livro fica sem explicação. Joël Dicker conseguiu criar uma história envolvente, que prende, faz o leitor se envolver a ponto de tentar desvendar junto o mistério sobre Nola. E quando tudo parece resolvido, varias reviravoltas tornam o livro ainda mais empolgante. 

Se tiver interesse em ler, só vai precisar de um pouco de paciência com os relatos apaixonados de Harry sobre Nola - os diálogos de Nola e suas declarações chegam a ser infantis: "oh, meu Harry querido"... Aff! Mas é uma história envolvente. Esse foi um dos únicos livros que li em casa, tamanha era a vontade de entender o desenrolar da história. Lia no ônibus sentado ou em pé, na pausa do trabalho, na rua, na fila para esperar o ônibus - se alguém aí viu um bobo nos ônibus de Santo André em pé quase caindo com um livro grande na mão, era eu! rs

Enfim, recomendo o livro!

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