#Mulheres2014: Não quero flores, quero respeito!



Lorena Sterblitch
Weslley Talaveira

Todo dia da Mulher é igual: as empresas dão flores e algum mimo bobo que você poderia muito bem fazer para si mesma em casa, homens posam de bons meninos e dão "parabéns" às mulheres que conhecem com textos copiados de algum site fofinho encontrado no Google. A TV fica mais insuportável do que já é todo dia, com mensagens ridículas e músicas melosas, contanto historinhas de mulheres que venceram alguma adversidade na vida, com a intenção clara de fazer chorar quem está em casa e ganhar uns míseros pontos no Ibope. Enfim, eu poderia passar o dia 8 de março inteiro dormindo e quando acordasse no dia 9 saberia muito bem o que aconteceu no dia anterior. 

E esse é o problema do Brasil: a realidade não muda. 

Hoje, enquanto o Raul Gil estiver fazendo aquelas homenagens insuportáveis naquele programa que cheira a naftalina, milhares de mulheres no Brasil estarão apanhando, sendo violentadas ou morrendo. Sabe por que? O Brasil ainda não sabe tratar suas mulheres. Enquanto a vitrine mostra um Brasil igualitário, com uma mulher na presidência, o interior mostra um palco de guerra contra uma vítima que é fraca sim, apesar de ser a maioria. Duvido aparecer uma pessoa nesse país que nunca tenha tido contato com uma história de uma mulher que tenha apanhado, seja do marido, do namorado, ou violentada no metrô, no ônibus. 

Desculpem, mas não quero flores. Guarde seu botão de rosa para outra ocasião. Eu quero ser respeitada como mulher. Quero ter liberdade pra andar pelas ruas da minha cidade com a roupa que eu quiser sem o medo de ser estuprada por um maluco. Quero ter a garantia de que terei minha competência remunerada de igual para igual com os homens. Quero ter a certeza de que terei um relacionamento em que sou respeitada como mulher. 

Nós somos fortes. Podemos até ser fracas fisicamente, mas temos uma força que o mundo ainda não conhece, e é essa força que quero ver respeitada. Por homens e por outras mulheres. 

Só pra encerrar: só seremos um país desenvolvido de verdade quando tivermos tratamento igual entre todas as pessoas, sejam homens e mulheres, gays e héteros, negros e brancos, religiosos e ateus e por aí vai. Não é tão difícil assim!


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Lorena Sterblitch tem 22 anos, mora em SP e estuda Publicidade e Propaganda. É filiada ao Partido Verde desde 2010. 

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